terça-feira, dezembro 05, 2006

O POETA DA PAIXÃO


"São demais os perigos desta vida
Pra quem tem paixão principalmente
Quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher..."



Talvez um pouco piegas, sei, mesmo assim, o Soneto de Fidelidade é ainda para mim um dos poemas mais encantadores que conheço. Talvez seja aquele que, dentre tantos outros, trasmita toda a intensidade de uma paixão, daquelas que nos devora, em seus breves versos.


"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."


Sempre fui, e continuo a ser, um fã incontestável dos versos de Drummond, mas o que dizer quando o próprio se rende à obra de Vinícius.

Certa vez, o próprio Carlos Drummond de Andrade disse: "Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural. (...) Eu queria ter sido Vinicius de Moraes."

Para melhor entender fui mais a fundo na obra do poetinha, procurei saber mais de sua história. E hoje entendo... e digo: É, eu também queria ser Vinícius...


Enquanto houver amor neste mundo, haverá poesia;
E enquanto houver poesia, Vinícius viverá!

1 Comments:

At 6/12/06 12:39 PM, Blogger Stela said...

Núuuuuu... Ficou um tempão sem postar e voltou mesmo arrasando o quarteirão!!!

Vinícius é TUUUDOOOOO!!!!


Bjks

 

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