UN CHAGRIN D'AMOUR
Máscaras, de Felipe Moraes
"A suspeita é conselheira dos prudentes e dos discretos.
Amei uma mulher... e foi amor verdadeiro, creio,
porque tudo acabou e só ele não se acaba.
Dizeis ser possível sentir ciúmes sem ter jamais amado?
Sim, é possível, pois existem ciúmes de tão ruim origem
que são como abortados filhos do mais cruel rancor.
Em tua vida, não tentes dar conselho a quem precisa de dinheiro.
Este é um triste mundo, que veste quem é vestido
e despoja quem está desnudo.
O ciúme é o pior dos monstros criados pela imaginação.
O ciúme faz com que o ciumento veja sombras, fantasmas,
com voz, com físico, com vida. Mas são visões, não mais;
eis que o ciúme também pode transformar lágrimas em cristais.
Para o ciumento, é verdade a mentira que ele vê.
Quem não tem atrevimento não tem amor.
Se a neutralidade sigo, a andar só me condeno,
porque o neutro nunca é bom para amigo, nem para inimigo.
Todo poder é emprestado e há de retornar ao seu legítimo dono.
Viver com honra é viver eternamente."
Pedro Calderón de la Barca (1600-1681)
Amei uma mulher... e foi amor verdadeiro, creio,
porque tudo acabou e só ele não se acaba.
Dizeis ser possível sentir ciúmes sem ter jamais amado?
Sim, é possível, pois existem ciúmes de tão ruim origem
que são como abortados filhos do mais cruel rancor.
Em tua vida, não tentes dar conselho a quem precisa de dinheiro.
Este é um triste mundo, que veste quem é vestido
e despoja quem está desnudo.
O ciúme é o pior dos monstros criados pela imaginação.
O ciúme faz com que o ciumento veja sombras, fantasmas,
com voz, com físico, com vida. Mas são visões, não mais;
eis que o ciúme também pode transformar lágrimas em cristais.
Para o ciumento, é verdade a mentira que ele vê.
Quem não tem atrevimento não tem amor.
Se a neutralidade sigo, a andar só me condeno,
porque o neutro nunca é bom para amigo, nem para inimigo.
Todo poder é emprestado e há de retornar ao seu legítimo dono.
Viver com honra é viver eternamente."
Pedro Calderón de la Barca (1600-1681)
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home