UN RÊVE, UNE MUSE
"De início havia três sexos humanos, e não apenas dois, como no presente, o masculino e o feminino, mas a estes acrescentava-se um terceiro, composto dos dois anteriores, e que desapareceu, ficando-lhe tão somente o nome. Os andróginos, seres esféricos na sua forma e movimentação, tornaram-se robustos e audaciosos, chegando até mesmo a ameaçar os deuses, com sua tentativa de escalar o Olimpo. Face ao perigo iminente, Zeus resolveu cortar o andrógino em duas partes, encarregando seu filho Apolo de curar as feridas e virar o rosto e o pescoço dos operados para o lado em que a separação havia sido feita, para que o homem, contemplando a marca do corte, o umbigo, se tornasse mais humilde e, em conseqüência, menos perigoso. Deste modo, o senhor dos imortais não só enfraqueceu o ser humano, mas fê-lo carente; porque cada uma das metades pôs-se a buscar a outra contrária, numa ansia e num desejo de se re-unir para sempre. Eis aí, consoante a Platão, a origem do amor, que as criaturas sentem umas pelas outras: o amor tenta recompor a natureza primitiva, fazendo de dois um só, e, desse modo, restaurar a antiga perfeição."
texto: O ANDRÓGINO
fonte: livro Mitologia Grega – Vol.III
Acredito no relacionar-se como uma arte das mais nobres e despercebidas em seu valor.
Acredito no Amor (sim, com "A" maiúsculo, daquele que vem e está antes de tudo); acredito na paixão e na construção de uma relação. Mas atenção!
Amor, Amor! Paixão, paixão! Construção, construção!
O Amor é autêntico e enobrece, fortalece-se no respeito, na verdade, na cumplicidade; expande se essa fórmula for cumprida. É a totalidade, um sem fim de possibilidades.
Já paixão é permissividade, apaixonar-se é permitir-se. É uma entrega, um sentir sem limites, mas de curto prazo se não houver cuidados.
Da tal construção, que concordo poder fazer parte do Amor, cuidados por uma ilusão, do dito sentimento usado em vão.
De mim, posso dizer-me romântico. Romântico, sou; entrego-me e faço. Acredito em cara metade, alma gêmea, reencontros pela eternidade. Percebo que músicas dedico; palavra música que vem do grego mousikós, "que diz respeito às musas". Por essas e outras, ouso afirmar: Um sonho, uma musa.
De ti, posso falar de teus olhos, teu olhar, teu sorriso, teu jeito doce que cativa e excita, tua voz suave, tua voz ao comando... de meu coração. Acordar abraçados, não sem antes perceber-te no deleite de teu sono.
De ti, me disseste das descobertas, da liberdade, da leveza, a mulher e a menina juntas, reconhecimento de partes antes distantes.
Grato, sou, por momentos eternizados em estar ao teu lado. Um dar e receber, uma presença que preenche.
Te busco e não encontro, anseio e não me aguento. O insaciável desejo de tê-la por perto, a insuportável ausência que me desatina por inteiro. Saudades da entrega passada; mas não sem fim, jamais.
Somos isso, a entrega e o (re)encontro. Onde estamos, não há regras nem limites.
consacré aux aimés cheveux noirs bouclés
consacré à mes aimés cheveux noirs bouclés
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